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Medalhista nos Jogos Olímpicos da Juventude vira a nova aposta do badminton nacional

Terça, 18 de Dezembro de 2018, 16h04
Por Yahoo Esportes - Alexandre Massi (@alexmassi)
Por Yahoo Esportes - Alexandre Massi (@alexmassi)
Em agosto de 2017, Jaqueline Lima embarcava para a Indonésia carregada de malas e raquetes. Seus objetivos eram claros: treinar com alguns dos melhores atletas do mundo e aprimorar sua capacidade técnica. Dessa forma, no início de 2018, entraria nos grandes torneios melhor preparada e brigaria por uma vaga nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires.

Quinze meses depois, a piauiense de 17 anos se tornou não apenas a primeira mulher a representar o badminton nacional no evento como ainda conquistou a inédita medalha de bronze na disputa por equipes mistas. Façanha que trouxe mudanças significativas em sua carreira.

“Ter conquistado essa medalha fez com que as pessoas me enxergassem de outra forma. Passei a ser mais respeitada e ganhei uma moral que não existia, o que é muito bom. Comecei também a dar mais entrevistas, o que me torna conhecida e permite que eu divulgue o esporte.”

Ainda que exista um longo caminho a ser percorrido, Jaqueline já se tornou um exemplo para o badminton brasileiro. Durante os Jogos Escolares da Juventude, realizados no último mês de novembro, em Natal, a atleta compartilhou suas experiências em um bate-papo com jovens talentos da modalidade.

“A Jaque obteve seu primeiro resultado expressivo nos Jogos Escolares e hoje está em outro patamar. Então, ela pode contar sua história e mostrar aos jovens que, se você acreditar em si, é possível chegar ao nível em que ela se encontra atualmente”, diz Norma Rodrigues, treinadora da seleção brasileira júnior desde 2016.

Para alcançar essa condição, além de enfrentar desafios no campo esportivo, Jaqueline precisou superar uma série de dificuldades de ordem pessoal. Enquanto viajava pelo mundo em busca da vaga nos Jogos Olímpicos da Juventude, a atleta perdeu dois familiares: o pai e a avó.

“Foi muito difícil para mim e até hoje estou tentando superar isso. Soube da morte da minha avó quando estava na Holanda. Fiquei muito abalada, mas precisava ser atleta naquele momento e ter a cabeça no lugar para somar os pontos no ranking mundial e conseguir a classificação. Um mês depois, veio a notícia da morte do meu pai. Tive primeiro que manter a alegria em casa, porque minha mãe e meus dois irmãos mais novos estavam sofrendo muito. E, uma semana depois, deixá-los, já que ainda precisava de pontos para ir a Buenos Aires.”

Apesar dessas repentinas e inesperadas perdas, Jaqueline conquistou a última das 32 vagas para os Jogos Olímpicos da Juventude e, de quebra, voltou para casa com a medalha de bronze. Com isso, o planejamento para os próximos dois anos foi revisto. Agora, mais do que nunca, é possível projetar sua participação nos Jogos Pan-americanos.

“Ela ainda tem mais um ano na categoria júnior, mas o próximo foco dela é o Pan de Lima, em 2019. Vamos ajudar o Marco (Vasconcelos, técnico da seleção brasileira principal) nisso”, explica Norma, que complementa: “Mas no meio disso há o pan-americano e o mundial júnior. Queremos que os nossos jovens tenham uma transição tranquila para o adulto”.

Entusiasmada, Jaqueline vai mais longe e sonha até mesmo com a vaga na próxima edição dos Jogos Olímpicos: “Espero chegar também em Tóquio 2020. Tenho muitas chances nas duplas mistas com o Fabrício, se continuarmos disputando torneios fortes”, diz Jaqueline, referindo-se à parceria com o conterrâneo Fabrício Farias, 18 anos.

Considerando que a dupla é a mais bem ranqueada das Américas na categoria júnior e alcançou três finais em seis torneios disputados na temporada – título do Aberto da Argentina e vice-campeonato na Nova Zelândia e na República Dominicana –, o sonho da atleta não parece muito distante de se tornar realidade.

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