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Comitê Olímpico do Brasil completa um ano de transformações

Segunda, 15 de Outubro de 2018, 11h37
“Quero dar segurança a todos de que as coisas serão corretas. É a única possibilidade que tenho. É na governança, na confiabilidade e no respeito que farei meu trabalho”. Com essas palavras, Paulo Wanderley Teixeira assumiu a Presidência do Comitê Olímpico do Brasil no dia 11 de outubro de 2017, quando a entidade se encontrava suspensa pelo Comitê Olímpico Internacional. Passado um ano de muitas transformações no esporte brasileiro, o modelo de gestão do COB é reconhecido pelo COI e uma referência para o Movimento Olímpico. 
 
Neste curto período, o estatuto foi reformado, garantindo maior representatividade dos atletas nas decisões da entidade e tornando o processo eleitoral para presidente e vice-presidente mais acessível. Outra inovação foi a criação dos Conselhos de Administração e de Ética, além da abertura de um Canal de Ouvidoria e a contratação de um Líder de Conformidade, seguindo prática adotada por algumas das principais empresas do Mundo, entre outras ações. Durante esse período, o COB fez um grande movimento de redução de contratos e adequação do orçamento e dos gastos com a nova realidade do esporte brasileiro. 
 
“Os últimos 12 meses foram de profunda transformação para o Comitê Olímpico do Brasil. Estamos muito felizes com os resultados até aqui, mas vamos continuar aprimorando a gestão com o objetivo de atender cada vez mais às necessidades de preparação dos atletas brasileiros. O objetivo final é sempre o atleta” afirma Paulo Wanderley.
 
Há um ano, o COB estava suspenso pelo Comitê Olímpico Internacional, que deixou claro que a entidade teria que retomar a credibilidade perdida após os Jogos Olímpicos Rio 2016 para voltar a receber seus recursos. 
 
Em apenas 42 dias de nova gestão, o COB apresentou um novo estatuto, profundamente alterado. Com ele, os atletas garantiram maior presença na Assembleia, passando de um para 12 votos, representando 1/3 do colégio eleitoral. A eleição para presidente e vice-presidente se tornou mais acessível, abrangente e inclusiva. Hoje, o brasileiro maior de 18 anos, que esteja em conformidade com as regras de candidatura, pode pleitear a Presidência do COB. Antes, somente membros da Assembleia podiam se candidatar, e ainda assim se tivessem, no mínimo, dez apoios. Outra inovação no estatuto foi o Conselho de Administração e o Conselho de Ética. Além disso, ficou estipulado que a cada dois anos o estatuto sofrerá atualização, podendo incorporar novos avanços.  
 
“A aprovação do novo estatuto, em tão pouco tempo, foi resultado da nova política da entidade, a partir do diálogo e do trabalho que envolveu as Confederações e entidades organizadas dos atletas. Este foi um avanço histórico, e cuja experiência eu estimulo que seja multiplicada por todo o esporte brasileiro”, disse Paulo Wanderley.
 
As mudanças não pararam na aprovação do novo estatuto. Já em novembro de 2017, o COB assina o termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério do Esporte, ratificando o compromisso com a transparência. Enquanto isso, a entidade seguiu fazendo ajustes em seu orçamento e quadro de funcionários. Em abril de 2018, contrata o campeão olímpico no judô em Barcelona 1992, Rogério Sampaio, para o cargo de diretor-geral. De acordo com o novo sistema de governança, a indicação teve que passar pela aprovação do Conselho de Administração. 
 
Em maio de 2018, a entidade abre um Canal de Ouvidoria para receber denúncias e reclamações diretas da sociedade. Em agosto, contrata um Líder de Conformidade (Compliance Officer), responsável por gerenciar o canal. 
 
Em agosto passado, a entidade firmou parceria com a ONU Mulheres para elaboração da Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e Abuso Sexual, que será implementada ainda em 2018. O Programa GET (Gestão, Ética e Transparência) foi ampliado e valorizado na atual gestão e dará benefícios às entidades que seguirem as premissas de Governança. O GET é uma iniciativa para auxiliar no aprimoramento da gestão das confederações brasileiras olímpicas.
 
Pouco antes disso, com menos de seis meses da nova presidência de Paulo Wanderley, o esporte brasileiro começa a receber boas notícias. Em fevereiro de 2018, após elogiar as medidas adotadas em prol de uma nova governança da entidade, o Comitê Olímpico Internacional encerra a suspensão imposta em novembro. Em junho, o Governo Federal emite um certificado do cumprimento de todo o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assim como das exigências do Tribunal de Contas da União (TCU). 
 
“Do ponto de vista financeiro, continuamos avançando. Reduzimos os contratos e adequamos o orçamento à nova realidade do esporte brasileiro. Em um ano, conseguimos reduzir em 30 a folha de pagamentos (salários e encargos) e também em 30 o valor dos contratos firmados pela entidade”, afirma Paulo Wanderley. 
 
O próximo objetivo é a mudança de sede administrativa do COB para o Parque Aquático Maria Lenk, onde fica a sede esportiva, o que ocorrerá até o final de 2020. A mudança, aprovada pelo Conselho de Administração, irá gerar uma economia de cerca de 38 com as estruturas da entidade.
 
“O esporte olímpico do Brasil passa por um período de grandes avanços. Assim como em diversos setores da sociedade, o esporte acompanha a necessidade de modernizar sua gestão e as relações entre seus diversos agentes. Por isso, desde que assumi a Presidência, em 11 de outubro de 2017, nos baseamos em três pilares para nortear a nova gestão da entidade: Austeridade, Transparência e Meritocracia”, disse Paulo Wanderley.
 
Nesse sentido, o COB está nesse momento realizando uma série de testes nas oito bases de treinamento no Japão para que os atletas brasileiros utilizem os locais antes e durante os Jogos Olímpicos. Pela distância, fuso-horário, diferenças culturais, alimentares, entre outras questões, o período de aclimatação será fundamental para a boa participação da delegação brasileira no evento. As seleções de judô, handebol, vela e vôlei feminino já passaram pelas bases do Time Brasil no Japão. 
 
“Estamos testando as instalações, os deslocamentos e os prestadores de serviço desde quando faltavam mais de dois anos para os Jogos para que toda a operação esteja definida quando os atletas chegarem para a aclimatação. Está tudo funcionando bem e faremos os ajustes necessários até lá”, disse Paulo Wanderley. “As perspectivas são positivas. Seguimos trabalhando para oferecer ao máximo ao atleta brasileiro. Nosso desafio é oferecer melhores condições sempre, para possibilitar que o atleta só tenha a preocupação de descansar, treinar e competir bem”, afirmou o presidente.
 
Antes do COB - Potiguar de Caicó (RN), mas criado no Espírito Santo, Paulo Wanderley Teixeira, 68 anos, é graduado em Educação Física e começou a sua relação com o esporte olímpico aos cinco anos, quando se mudou para Vitória (ES) e teve contato pela primeira vez com o judô. Foi técnico da seleção brasileira da modalidade de 1979 até 1993. Nesse período atuou como treinador da Seleção de Judô nos Jogos Pan-americanos de Havana 1991 e nos Jogos Olímpicos Barcelona 1992 e em campeonatos continentais e mundiais. Em 2001, foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Judô, cargo que ocupou até 2016, quando foi eleito vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil.
 
Sua gestão à frente da CBJ reaproximou a entidade com atletas e treinadores, desenvolveu a estrutura da modalidade no país, organizou grandes eventos internacionais no país – como os Mundiais Adultos de 2007 e 2013 no Rio de Janeiro e o Mundial por Equipes de 2012 em Salvador – e trouxe doze medalhas olímpicas para a modalidade, incluindo a primeira do judô feminino com o bronze de Ketleyn Quadros em Pequim 2008, o ouro histórico de Sarah Menezes em Londres 2012 e mais um ouro com Rafaela Silva na Rio 2016.
 
Paulo Wanderley também foi presidente da Federação Espiritosantense de Judô, da Confederação Sul-americana de Judô, da Confederação Pan-americana de Judô e vice-presidente da Federação Internacional de Judô. E ainda ocupa o cargo de Consultor de Honra da Academia Brasileira de Treinadores (ABT).
 

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